O escritor, Nobel da Literatura, morreu no domingo.

O romancista peruano-espanhol, Nobel da Literatura, Mario Vargas Llosa morreu no domingo, aos 89 anos, na sua casa em Lima, onde vivia desde 2022, informaram seus filhos nas redes sociais.

Mario Vargas Llosa tinha confessado um dia que gostaria de ser lembrado pela escrita e pelo trabalho, apesar do seu engajamento político e social, que transparece na obra.

Nascido em Arequipa, a 28 de março de 1936, Jorge Mario Pedro Vargas Llosa, que venceu o Prémio Nobel da Literatura em 2010, foi também político, jornalista, ensaísta e professor universitário.

Vargas Llosa é um dos nomes mais importantes das letras latino-americanas e firmou-se como um dos principais escritores da sua geração, ao ponto de alguns críticos considerarem que teve um impacto e uma audiência internacional como nenhum outro do ‘boom’ da América Latina.

Mas não foi apenas pela literatura que ficou conhecido. Desde cedo começou a envolver-se politicamente, primeiro como apoiante de Fidel Castro e da revolução cubana, depois como defensor da democracia liberal, mais conservadora, capitalista, chegando mesmo a concorrer à presidência do seu país, em 1990, por uma coligação de centro-direita, contra Alberto Fujimori.

A política é um tema constante na sua obra, que se apresenta quase como um manifesto de crítica social das hierarquias sociais e raciais.

O júri do Prémio Nobel justificou a escolha de Vargas Llosa por ser detentor de uma escrita que faz a “cartografia das estruturas do poder” e de uma obra que revela “imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo”.

Entre as suas obras contam-se títulos como “A cidade e os cães”, “A casa verde”, “ ‘Conversa n’A Catedral”, “A tia Júlia e o escrevedor” e “A festa do chibo”, entre outros.

O confronto com o escritor Gabriel García Márquez, que chegou a “vias de facto” em 1976, data assumida para o termo da amizade entre ambos, não é estranho ao seu percurso através do espetro político.

Vargas Llosa, no entanto, nunca pôs em causa o valor da obra do Nobel colombiano da literatura, acabando por publicar a sua tese de doutoramento, “García Márquez – História de um deicídio”, um elogio a “Cem Anos de Solidão”, ao seu autor, e uma declaração de amor à literatura.

E muito fica ainda fica por contar…

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes