A cassete veio mudar a forma como ouvimos música.
Morreu Lou Ottens, o ‘pai’ da cassete.
Lou Ottens, o engenheiro holandês que liderou a invenção da cassete, e ajudou mais tarde a criar o CD, revolucionando a forma de ouvir música, morreu aos 94 anos.
Ottens morreu na vila natal, em Duizel, no passado fim de semana, anunciou a família na terça-feira.
Nascido em 1926, o holandês viria a tornar-se num talentoso e influente engenheiro da Philips, onde também acabaria por ajudar a desenvolver o agora banal mas na altura revolucionário CD (o compact disc). Mas foi anos antes, na década de 1960, quando se tornou chefe do departamento de desenvolvimento de produto da empresa, que Lou Ottens liderou a equipa que viria a apresentar a fita de cassete, em 1963, na feira de artigos eletrónicos Berlin Radio.
Depois de várias empresas japonesas terem reproduzido fitas semelhantes em vários tamanhos, Ottens fechou um acordo com a Philips e com a Sony, e viu o seu modelo patenteado. Reformou-se em 1986, três anos depois de ter considerado “obsoleto” o tradicional gira-discos, com o surgimento do CD.
Um sucesso mundial na altura, a cassete mudou para sempre a forma de ouvir música, tornando-a portátil e acessível, permitindo a gravação e reprodução de músicas em qualquer altura e lugar, enquanto a fita deixasse. Foi uma “sensação” desde o primeiro dia – descreveria, 50 anos mais tarde, o seu criador, numa entrevista à revista “Time”. Uma sensação que, mostram os tempos, ainda não viu o fim: artistas como Lady Gaga e The Killers lançaram recentemente álbuns no formato de cassete.
Estima-se que tenham sido vendidas cerca de 100 mil milhões de cassetes em todo o mundo desde o lançamento. O número aumenta para o dobro se estivermos a falar do CD.