Destaque de Carlos Cardoso
Está no mercado um dos discos mais esperados do ano, “Dark Matter”, a estreia do baterista, produtor e figura central da nova cena jazz londrina: Moses Boyd.
O jazz é o ponto de partida, mas as viagens sonoras deste talento britânico envolvem outras estéticas como o afro-beat, hip-hop, tão britânico 2 step, pop e uma electrónica abstracta para que Boyd esteja livre nas suas deambulações.
O melting pot estético é de tal ordem que com este álbum de estreia, Moses Boyd abandonou a sua etiqueta de músico de jazz e tornou-se num produtor contemporâneo que também toca jazz.
Nasceu e cresceu no sul de Londres e cedo estudou Tony Allen, e em sua casa na adolescência no mesmo dia ouvia-se Bjork, Debussy, Nerd,Tupac, Nas ou Youssou N´Dour. Mais tarde, ao mesmo tempo que misturava beats grime em casa, ficou fascinado por Miles Davis e Sonny Rollins.
Com este conhecimento musical e consequente bom gosto é fácil perceber porque tudo isto faz sentido, tornando este “Dark Matter” num melhores álbuns do ano e um rigoroso e fiável instantâneo desta nova década.