A musicoterapia e o tratamento de traumas estão frequentemente ligados.

Os sobreviventes de um trauma geralmente têm imagens, sons ou cheiros fragmentados insuportavelmente vívidos que permanecem na sua mente. Para muitos, a terapia tradicional da fala oferece pouco alívio, uma vez que essas sensações estão embutidas no cérebro da linguagem. A ferida traumática também pode levar a dificuldades na aprendizagem, dissociação, doenças físicas e distúrbios autoimunes. Tratamentos alternativos possíveis incluem o ioga, a acupuntura e a musicoterapia.

Num artigo sobre musicoterapia, Jayson Greene, editor da Pitchfork, explora os poderes terapêuticos do som. De acordo com a pesquisa do responsável por esta plataforma de notícias sobre o mundo da música, um número crescente de musicoterapeutas começou a tratar pessoas com traumas, tanto grandes, como pequenos.

Várias experiências com bebés mostram o poder da música, através da qual é possível ensinar um recém-nascido a respirar, a comer, a existir… Ouvir as vozes dos seus pais a vibrar quando está deitado no peito e a sentir o pulso do coração é a primeira música para a maioria dos humanos…

A música como forma de cura é tão antiga como a civilização humana. Mas a musicoterapia apenas ganhou o estatuto de profissão no início do século XX como um tratamento para soldados traumatizados.

Após a Primeira Guerra Mundial, vários músicos viajaram até aos hospitais de veteranos nos EUA para tocar para os soldados feridos. Observando o profundo efeito que teve nos seus traumas físicos e emocionais, os médicos começaram a pedir que os hospitais contratassem músicos.

O primeiro programa de graduação em musicoterapia do mundo foi fundado em 1944 no estado de Michigan nos EUA… Cinquenta anos depois, em 1994, a musicoterapia tornou-se um serviço com custos reembolsáveis para pacientes hospitalizados.

Al Bumanis, diretor de comunicações da Associação Americana de Musicoterapia, estima que agora existam cerca de 7 mil musicoterapeutas credenciados no país, número que veio em crescendo na última década. O número de áreas de tratamento da musicoterapia nos cuidados básicos também aumentou e vai do controlo da dor aos cuidados paliativos.

https://pitchfork.com/features/overtones/can-music-heal-trauma-exploring-the-therapeutic-powers-of-sound/

Fonte: Pitchfork

Liliana Teixeira Lopes