Apesar de ter assinado um novo acordo, os filmes da plataforma de streaming continuam a não poder participar naquele festival de cinema.
Filmes da Netflix vão continuar de fora do Festival de Cannes. Está colocado de parte o regresso das produções da plataforma a um dos festivais de cinema mais importantes do mundo… pelo menos não este ano, avançou a revista Variety.
A plataforma e produtora tem sido elogiada por ter sido a única de impacto global a formalizar um acordo de investimento na produção cinematográfica francesa de pelo menos 30 milhões de euros por ano, mas os seus filmes vão continuar fora do festival de cinema mais importante do mundo, seja na competição ou noutras secções.
Uma fonte da Netflix confirmou à Variety que não há planos para fazer as antestreias mundiais na 75ª edição em maio, apesar de Andrew Dominik ter revelado a jornalistas que tinha a esperança de apresentar “Blonde”, um ‘biopic’ sobre Marilyn Monroe com Ana de Armas.
Apesar de Thierry Frémaux, diretor-geral de Cannes, ter uma boa relação com Ted Sarandos da Netflix, a revista confirma que as discussões entre as organizações voltaram a bloquear na regra do festival de que todos os filmes em competição devem ter estreia comercial nos cinemas de França.
O acordo assinado esta semana pela Netflix com várias entidades da indústria cinematográfica em França, tem uma cláusula que indica que todos os filmes que resultem do investimento terão estreia comercial em sala e, 15 meses depois, na plataforma. O prazo pode ser revisto para 12 meses após nova avaliação em 2023.
Apesar de ser uma melhoria em relação à regra anterior dos 36 meses, ainda não é suficiente para a Netflix no que diz respeito a Cannes.
Os últimos filmes da plataforma que concorreram à Palma de Ouro de Cannes foram “Okja”, de Bong Joon-ho, e “The Meyerowitz Stories”, de Noah Baumbach.
Após essa edição de 2017 e as fortes críticas dos exibidores franceses, o festival alterou as regras para a secção competitiva.
Desde então, a Netflix tem optado por lançar os seus títulos com mais ambições de prémios no Festival de Veneza em setembro, como aconteceu no ano passado com “O Poder do Cão”, de Jane Campion, e “A Mão de Deus”, de Paolo Sorrentino, que estão na corrida aos Óscares.
Fonte: SAPO Mag
Liliana Teixeira Lopes