A plataforma de streaming está a mudar a sua estratégia para combater a crise que atravessa.
Liliana Teixeira Lopes
A plataforma vai mudar o rumo para enfrentar a nova realidade do mercado, marcada pela forte concorrência e decréscimo do seu número de subscritores.
No futuro, a Netflix terá filmes maiores, do género de “Aviso Vermelho”, “Não Olhem Para Cima” e “O Projeto Adam”, e vai apostar no aumento da qualidade e na redução da quantidade.
A revista The Hollywood Reporter falou com várias fontes, de executivos a produtores e agentes com ligações à Netflix, e o que mais se destaca para o futuro é a mudança da sua estratégia de negócio para os filmes.
Foram despedidos mais de 150 funcionários (2% do total), que afetaram TV e outros departamentos, mas o foco principal foi a área de cinema, com cortes maiores na divisão de filmes “familiares” de ação, mas também houve uma “limpeza” na dos filmes independentes, com orçamentos abaixo dos 30 milhões de dólares.
O novo regime da plataforma será presidido pela noção de “disciplina” e a maior vítima deverá ser o cinema de autor: não haverá regra sem exceção, mas estão a chegar ao fim os dias das produções de nicho de mercado que custam uma fortuna, como os 175 milhões de dólares que pagou para ter “O Irlandês”, de Martin Scorsese (“essa tendência de fazer tudo para atrair os talentos e dar-lhes carta branca está a desaparecer”, avisou uma das fontes da revista).
Assim, em vez de fazer dois filmes por dez milhões de dólares, a Netflix fará um por 20 milhões: “O objetivo será fazer a melhor versão de algo em vez de mais barato por causa da quantidade”, disse outra fonte.
A animação também está sob escrutínio, com a Netflix a cortar a direito em projetos que estavam em dúvida para avançar ou não.
A regularidade de lançamentos também vai diminuir, ainda que o objetivo seja cumprir o lema de “um novo filme todas as semanas”.