Destaque de Tiago Santos
A Príncipe Discos tornou-se uma referência da melhor electrónica portuguesa e muito graças a projectos aventureiros como o trio Niagara, que acaba de lançar o seu novo disco em tudo diferente dos anteriores.
Se há uma nova Lisboa para celebrar é esta, que fica nas traseiras da casa da Madonna, onde o turista não vai, nem a televisão e só raramente passa a carrinha do lixo. Mas de onde saem, na madrugada, restos de after hours, pensamentos ébrios a caminho dos sequenciadores, sintetizadores e samplers, a desenhar um futuro de contrastes e choques eléctricos no nacional porreirismo.
“Pais e Filhos”, o novo disco dos Niagara nasce deste equilíbrio instável entre a precariedade das vidas e os sonhos de uma geração sem fronteiras em busca de um el dorado, algures no fim de uma noite longa de jam eléctrica com as percussões acústicas a gritar por liberdade no meio do caos.
Experimental e invulgar, a música dos Niagara faz- nos viajar, sonhar e acordar em planetas distantes e proibidos — e tudo a partir de Lisboa.