Um relatório apresentado pela comissão para o Digital, Cultura, Media e Desporto do parlamento britânico indica que o hip-hop e o grime estão a ser abafados pelo racismo institucionalizado. No documento, pode ler-se que “os preconceitos contra os artistas de Grime ameaçam sufocar uma das exportações musicais britânicas mais entusiasmantes”, enumerando dificuldades no licenciamento de atuações e uma relação algo tensa com as autoridades policiais, que muitas vezes forçam o cancelamento de eventos, dificultando o estabelecimento do movimento.
Além da denúncia da discriminação generalizada contra movimentos de música urbana, o relatório que visava a indústria ligada aos eventos musicais, deixou, ainda, outras recomendações, nomeadamente contra a especulação sobre bilhetes vendidos em segunda mão para concertos esgotados. Além disso, a comissão sublinhou a sua preocupação com o número crescente de salas de espectáculos que têm vindo a encerrar, apelando ao legislador para que reveja as taxas impostas ao sector e para que implemente programas de alívio financeiro que permitam a sobrevivência de salas e festivais comunitários e independentes.
Finalmente, o documento aponta para o facto de a presente organização curricular do ensino básico britânico ter um impacto negativo nas escolha da música enquanto percurso profissional – algo que deve ser revisto e combatido com a implementação de programas de apoio a artistas em início de carreira e talento emergente.
João Barros