Acontece já na próxima semana. Portugal é o país convidado.
Liliana Teixeira Lopes
A oitava edição do Mercado Internacional do Cinema Clássico está marcada de 13 a 16 de outubro. E Portugal vai ser o país convidado neste evento que vai decorrer este mês em paralelo ao Festival Lumière, em Lyon, França, e que vai contar com dois filmes portugueses restaurados.
Na página oficial, a organização elogia a riqueza de um “património cinematográfico extremamente variado”, onde convivem “o documentário, o cinema mudo, político, social e os géneros populares”.
A oitava edição do Mercado Internacional do Cinema Clássico está marcada de 13 a 16 de outubro, estando previsto um programa de encontros, debates e projeção de dois filmes portugueses: “Fado, História d’uma cantadeira” (1947), de Perdigão Queiroga, e “Mudar de vida” (1966), de Paulo Rocha.
Nos debates vão estar presentes o diretor da Cinemateca Portuguesa, José Manuel Costa, o produtor e exibidor Pedro Borges, da Midas Filmes, o diretor da RTP Memória, Gonçalo Madaíl, e uma das responsáveis da plataforma Filmin Portugal, Anette Dujisin.
Segundo o Instituto do Cinema e do Audiovisual, este é “o primeiro e único mercado de filmes clássicos no mundo”.
O festival Lumière é dedicado ao património cinematográfico, honrando a ligação do evento aos irmãos Lumière, pioneiros na história do cinema.
Na programação deste festival vai ser exibido o filme “O movimento das coisas”, de 1985, primeiro e único filme da realizadora portuguesa Manuela Serra. O filme foi digitalizado e restaurado, e regista o quotidiano da comunidade rural de Lanheses, no concelho de Viana do Castelo.
A produção do filme demorou vários anos e teve uma estreia premiada no Festival de Mannheim, na Alemanha, na década de 1980, e depois em Portugal, no Festróia, mas a obra nunca chegou ao circuito comercial português.
Manuela Serra nasceu em Lisboa, em 1948, estudou cinema em Bruxelas, mas rumou a Portugal logo depois da Revolução de Abril de 1974. Foi assistente de realização e montadora do filme “Deus, Pátria, Autoridade”, de Rui Simões, e uma das cofundadoras da cooperativa VirVer. A autora abandonou o cinema nos anos de 1990.