A carta que subscreveram é contra a burocracia que pode impedir digressões europeias.
Cerca de uma centena de artistas britânicos subscreveram uma carta de protesto contra os obstáculos burocráticos, previstos no acordo do ‘Brexit’, para poderem realizar digressões na Europa.
A lista de subscritores da carta, publicada na semana passada no diário britânico The Times, inclui, além de cantores, outros trabalhadores da indústria musical, como bailarinos, atores e técnicos. Na carta, estes artistas afirmam que o Governo de Boris Johnson lhes falhou “vergonhosamente”.
O acordo comercial firmado em dezembro entre a União Europeia e o Reino Unido permitirá viagens de trabalho e de negócios, sem necessidade de visto, a cidadãos britânicos de vários setores, mas deixa de fora os profissionais da indústria musical. Assim, estes artistas estarão sujeitos às leis laborais de cada um dos países onde atuarem.
Na carta, os artistas britânicos alertam para, deste modo, terem de pedir “autorizações de trabalho caras” e preencher “uma montanha de papelada”, para poderem transportar equipamento.
Alertam: “Os custos extra farão com que muitas digressões se tornem inviáveis, especialmente para jovens músicos emergentes, que estão a lutar para se manterem à tona, devido à proibição de tocarem ao vivo por causa da covid-19”.
Perante este “fracasso nas negociações”, que levará muitos artistas “ao limite”, os subscritores da carta instaram o Governo britânico a “fazer o que disse que faria”, e acordar com Bruxelas viagens pela Europa sem obstáculos burocráticos para os músicos britânicos e as suas equipas.
Na carta, criticam que, no acordo alcançado entre o Reino Unido e a União Europeia, há “um grande vazio onde deveria constar a prometida livre circulação de músicos”, mas nem Londres nem Bruxelas assumem a responsabilidade por este “fracasso”.
No final de dezembro, mais de 167 mil pessoas no Reino Unido tinham assinado uma petição pública de apelo para os profissionais da Cultura deste país terem liberdade de circulação no espaço da União Europeia, no pós-‘Brexit’.
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes