As duas plataformas resolveram revelar os valores. A discussão prossegue.
A batalha entre plataformas de streaming conhece um novo capítulo, com a revelação de quanto é que Apple e Spotify pagam aos artistas de cada vez que as suas músicas são reproduzidas.
Assim, a Apple confirmou, através de uma carta enviada a vários músicos, que paga um cêntimo de dólar, cerca de 0,83 cêntimos de euro ao câmbio atual, aos artistas de cada vez que uma das suas músicas é reproduzida no serviço Apple Music. O valor é, no entanto, o dobro daquilo que paga o Spotify por cada reprodução: segundo o The Wall Street Journal, o Spotify paga entre 0,3 cêntimos de dólar (€0,0025) e 0,5 cêntimos de dólar (€0,0042) por cada reprodução de música na sua plataforma. Mas tendo em conta que os volumes de reprodução e o número de utilizadores são maiores no Spotify, a tecnológica sueca acaba por ser mais rentável para os artistas.
As contagens mais recentes mostram que a Spotify contava com 155 milhões de utilizadores que subscrevem o serviço no quarto trimestre de 2020 e um total de 345 milhões de utilizadores. A Apple, por seu lado, anunciou em junho de 2019 pela última vez as suas estatísticas, mostrando ter 60 milhões de subscritores.
Além de ter mais utilizadores, o Spotify regista ainda que os seus subscritores fazem mais streams do que noutros serviços. A empresa anunciou que pagou 5 mil milhões de dólares aos detentores de direitos em 2020. Este valor não chegou por inteiro aos artistas, sendo pago a editoras, discográficas e distribuidoras e só depois uma fatia vai para os artistas e para quem escreve as letras, lembra o Engadget.
O Spotify anunciou no passado que dois terços de cada dólar que recebe vão para os detentores de direitos e 75% a 80% deste valor vai para as editoras. No total, os serviços de streaming foram responsáveis por 83% da receita da indústria discográfica dos EUA no ano passado.
É de lembrar que está a decorrer uma discussão com a indústria, artistas e muitos fãs, que pedem que os músicos sejam mais bem pagos, especialmente com o cenário de pandemia a ter travado os concertos, uma das principais fontes de receita dos artistas.
Fonte: Engadget / Exame Informática
Liliana Teixeira Lopes