Ai Weiwei, um dos nomes mais populares das artes plásticas mundiais e opositor do regime chinês, traz a Lisboa, à Cordoaria Nacional, a sua primeira exposição em Portugal. A apresentação foi feita ao final da manhã de hoje.
Ai Weiwei traz, a partir de 4 de junho de 2021, à Cordoaria Nacional a exposição inédita “Rapture”. A mostra decorre até 28 de novembro do próximo ano.
Eleito o artista mais popular do mundo em 2020 pelo The Art Newspaper, Ai Weiwei é mundialmente reconhecido pelo seu forte envolvimento activista político e por conectar a arte a questões sociais e de direitos humanos. Com curadoria do brasileiro Marcello Dantas, esta mostra vai apresentar alguns dos trabalhos mais icónicos do artista, assim como obras originais produzidas em Portugal que exploram técnicas tradicionais revisitadas.
A palavra “Rapture”, em inglês, tem assumidamente várias leituras: o momento transcendente que conecta a dimensão terrena e a dimensão espiritual; o sequestro dos direitos e liberdades de cada um; a ligação entre o entusiasmo sensorial com o êxtase.
Para Ai Weiwei, “Rapture” acaba por ser um pouco disto tudo, tomando agora forma numa exposição inédita que propõe apresentar as duas dimensões criativas do artista: realidade e fantasia.
Assim, a exposição divide-se nestes dois núcleos: um é o lado da fantasia, onde essa origem é explorada; e o outro incide sobre a realidade e a emergência de assuntos que transbordam nas nossas vidas com o agravamento das condições humanas no planeta, seja por razões políticas, ambientais ou sociais. Ai Weiwei oferece-nos uma visão atenta a questões essenciais que afligem todos os povos, tais como de onde viemos e o que estamos a aqui a fazer.
Além do seu lado ativista político, Ai Weiwei é também um articulador das raízes culturais mais profundas da humanidade, em especial das tradições e iconografia chinesas, perdidas ou esquecidas desde a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung. Essa dimensão mais fantástica, mística e espiritual é um elemento forte, mas menos notório na sua obra.
A pesquisa por materiais, técnicas e elementos simbólicos de outros tempos é um trabalho de arqueologia cultural que faz parte da busca pela identidade que a China perdeu e atualmente sofre pela desconexão com as suas raízes.
Nascido em agosto de 1957, em Pequim, Ai Weiwei tem trabalhado há décadas sobretudo na área do documentário e artes visuais.
A Oxigénio, em conjunto com a Radar, são as rádios oficiais da exposição “Rapture”, de Ai Weiwei.
Fonte: Everything Is New
Liliana Teixeira Lopes