Apesar de não ser, propriamente, a “nossa praia”, o documentário estreou-se na sexta-feira passada.
Liliana Teixeira Lopes
“The Beach Boys”, agora disponível no Disney+, revela imagens e sons inéditos da banda que se tornou o símbolo do sul da Califórnia e influenciou os Beatles nos anos sessenta.
Realizado por Frank Marshall e Thom Zimny, o filme desenterra vídeos, fotografias e áudio que nunca tinham sido mostrados e inclui entrevistas com os membros sobreviventes da banda, Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, David Marks e Bruce Johnston.
“Fazer documentários é como uma caça ao tesouro e nunca sabemos quando vamos encontrar uma pepita de ouro”, disse Frank Marshall numa conferência de imprensa sobre o filme. “E encontrámos algumas”, continuou. “Foi uma jornada de descoberta e é emocionante perceber que encontrámos algo que nunca ninguém viu”.
O foco dos criadores foi contar como a banda surgiu e o que a tornou tão influente, “e porque tiveram um impacto tão grande no negócio da música e nos amantes de música em todo o mundo”, explicou Marshall.
Formada em 1961, a banda viria a ser citada pelos Beatles como enorme influência, em especial o álbum “Pet Sounds”, que o realizador Thom Zimny destacou.
“A beleza de ‘Pet Sounds’, que é mostrada no filme e ouvida nas vozes dos rapazes, é que desafiou a ideia do que uma canção pop pode ser”, afirmou Zimny. “Criou uma nova paisagem sonora”.
O som dos Beach Boys continua a ser citado como influência hoje, por artistas como Janelle Monáe ou Haim, e a banda e está novamente na estrada a dar concertos, 63 anos depois do início.
No final de abril, os Beach Boys tocaram no festival Stagecoach em Indio, no mesmo local e com a mesma organização por detrás do Coachella. Foi uma das maiores multidões do festival. Seguiu-se o Lovin’ Life Music Fest na Carolina do Norte, e a banda tem mais concertos marcados em 2024.
Mike Love refletiu na forma como muitas das canções da banda trazem alegria em estado puro à audiência, como um dos seus hinos, “Good Vibrations”. ”É por causa de todo o negativismo no mundo que a nossa música sempre foi uma libertação e alegria e celebração da vida”. E acrescentou: “A música é imortal. Nós não somos, mas a música é”.