Will Smith demitiu-se da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que lhe deu há dias o Óscar de Melhor Ator. A Academia aceitou a demissão do ator, mas não vai parar o processo de inquérito.
Liliana Teixeira Lopes
O pedido chegou dois dias após ter sido notificado pelo Conselho de Governadores da Academia que tinha duas semanas para responder por escrito aos “procedimentos disciplinares” que foram iniciados por violação do Código de Conduta da organização por ter dado uma bofetada ao comediante Chris Rock na cerimónia.
As acusações incluem “contacto físico inapropriado, comportamento abusivo ou ameaçador e comprometer a integridade da Academia” e a 18 de abril podia sair uma decisão, com a Academia a dizer que nada estava fora da mesa, incluindo “suspensão, expulsão ou outras sanções” do ator, que era membro desde 2001.
Segundo avançou o Deadline, Will Smith terá sido informado pela organização que provavelmente seria suspenso durante uma década ou mais, o que o levou a tomar a decisão antes de ser “empurrado”, na esperança de esvaziar a polémica.
Will Smith num comunicado divulgado pela imprensa norte-americana indicou: “A lista daqueles que magoei é longa e inclui o Chris [Rock], a sua família, muitos dos meus queridos amigos e entes queridos, todos os presentes e o público global em casa”. E acrescentou que traiu a “confiança da Academia” e, por isso, apresentou a demissão.
Entretanto, depois de perder o realizador David Leitch ainda antes da bofetada nos Óscares, a Netflix retirou “Fast and Loose” das suas prioridades após o que aconteceu na cerimónia. Problema maior tem a Apple TV+ com “Emancipation”.
A Netflix afastou-se discretamente de um projeto que estava em preparação com Will Smith. A informação foi avançada pela revista The Hollywood Reporter, que acrescenta que alguns outros projetos em pré-produção provavelmente farão uma “pausa”, nomeadamente “Bad Boys 4”, da Sony, de que o ator teria recebido 40 páginas do argumento antes da cerimónia, e a sequela de “Bright” (2017), também da Netflix.
Já a Apple TV+ tem um grande problema com o drama esclavagista “Emancipation”, que está em fase de pós-produção e terá custado quase 140 milhões de dólares. Ainda sem data de estreia, era visto como uma grande aposta da plataforma para os Óscares de 2023, depois de ter ganho as principais estatuetas este ano com “CODA”.